O barquinho segue a velejar, traçando um curso prestes a alcançar a vista desejada no seu intimo jamais inabitável.
O senhor que o comanda chama-se destino e o que dita às coordenadas ao seu lado chama-se tempo.
Juntos e alinhados em um espaço reduzido, eles divagam imaginando como seria a busca da sabedoria e do amor. Quantos longos anos e quantas jornadas intermináveis e cansativas teriam que fazer para ao menos chegar à ponta desse curso atrás desse objetivo?!
O tempo então pergunta ao destino:
- Por que tu destino não consegues achar esse curso para que nós possamos alcançar nosso suposto objetivo?
O destino então pensa por um instante e responde:
- Porque tudo tem seu tempo! E dá um singelo sorriso e piscada de olho.
Ambos seguem a sonhar...
Um mundo onde não haveria mais maldade nem cobiça. Existiria a amizade e lealdade ensinando como se constrói um mundo de sinceridade.
O destino então lança um olhar ao tempo o senhor de todas as horas, e resolve perguntar:
- Tempo, porque a humanidade se tornou tão egoísta e mesquinha, a ponto de pisar em seu semelhante para conseguir o desejado?
O tempo reflete sobre a pergunta e responde:
Porque assim eles os quiseram, foi uma escolha feita com seu livre arbítrio ao qual os levou a esse destino... E devolve a risada gostosa da resposta dada pelo destino na pergunta anterior...
Assim, segue o barco rumo ao seu curso comandado pelo tempo e destino, duas coisas que mesmo parecendo estar separadas seguem lado a lado, divagando sobre o agora.
"...E isso é só mais um pouco daquilo, e o resto é a continuação do que nunca foi! ..."
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